segunda-feira, 2 de setembro de 2013

COLUNA GOURMET #5 - ROLHA OU SCREW CRAP?

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Rolhas ou Screw Crap? 
O pensamento equivocado de que os vinhos sem rolha não são bons ainda persiste, infelizmente. A cada dia que passa, temos mais provas que nos mostram alguns dos principais motivos para essa mudança: em primeiro lugar as rolhas vem do tronco ''descascado'' de uma árvore, que é naturalmente reposto. Assim, todas as árvores são uma fonte de matéria-prima. A primeira casca é obtida quando a árvore atinge 25 anos de idade. A casca pode ser extraída de 9 em 9 anos, com isso a disponibilidade de rolhas de cortiça vem diminuindo com o tempo. Com uma menor oferta, as rolhas de cortiça estão ficando cada vez mais caras e pesando no custo final dos vinhos, em segundo lugar, porque rolhas de cortiça contaminada têm causado perdas de 10 bilhões de dólares anualmente aos produtores de vinho.
O vinho contaminado é denominado bouchonée, Bouchon significa rolha em francês. Diz-se Bouchonée do vinho que foi infectado por fungos que atacam a rolha de cortiça e contaminam a bebida, e é reconhecido pelos seus aromas característicos de trapos mofados ou papelão molhado, que se sobrepõem a qualquer outro aroma que o vinho possa ter e o torna imbebível.
Vem daí o ritual de se cheirar a rolha depois de abrir a garrafa, coisa que só deve ser feita com vinhos de guarda, aqueles que estão esperando a hora certa para serem degustados.
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Mas porque este ainda não é um grande movimento mundial?
A rolha é um produto fantástico, é flexível, trabalhável, impermeável no ponto e dizem que foi inventada por Don Perignon. Além do mais, sacar um rolha de um vinho tem lá seu ritual por mais banal que o momento seja. É um prazer e uma tradição. E como o mundo do vinho é feito de tradição, qualquer mudança é difícil, lenta e trabalhosa. Mas ela está acontecendo e nem tão silenciosamente assim. Muitos produtores, inclusive franceses, já estão estudando a possibilidade de trocar a rolha de cortiça pela tampa de rosca e fazendo testes com este tipo de engarrafamento. Porém é a aceitação do mercado que acredito ser a principal barreira para a expansão dessas tampas.
Além da Nova Zelândia, onde atualmente 70% da produção é engarrafada com tampas de rosca garantindo que não haverá nenhum bouchonée, a Austrália e os Estados Unidos estão engarrafando boa quantidade de vinhos usando tampas de rosca, principalmente brancos que em geral são feitos para serem consumidos rapidamente.
É admirável que novos produtores como os dois países da Oceania apostem nesse tipo de tampa para seus produtos sem medo de que o mercado os perceba como menores ou de pior qualidade.
Caminhamos assim para a substituição total da rolha pelo screw crap!?
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